Apesar de todos os holofotes públicos se voltarem para a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição da transição no Congresso, a principal expectativa no governo Lula 3 na mudança da dinâmica da política vem do Supremo Tribunal Federal (STF): o julgamento do orçamento secreto, previsto para quarta-feira (7).

Foi esse tema que dominou os bastidores da transição com Lula em Brasília, na semana passada e vai dominar os próximos dias.

Nas palavras de um aliado de Lula: “A dinâmica de forças na política vai mudar completamente, vai ser um terremoto se o STF derrubar o orçamento secreto”.

Lula, desde que ganhou a eleição, não só ensaiou como contratou uma relação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) para pavimentar os próximos dois anos de seu governo na Câmara.

O PT deixou claro desde o início que não iria lançar candidato para concorrer com Lira e, dado sinais de que o presidente da Câmara preferia uma relação direta, Lula prontamente foi se sentar num mano-a-mano com Lira.

Como o presidente da Câmara costuma dizer a aliados: não existe relação presidente da Câmara e presidente da República com intermediários.

Lula, segundo aliados, não tem problema com isso. Pelo contrário. Só que isso é uma coisa: negociar e dialogar com o presidente da Câmara faz parte das regras do jogo. Outra coisa é tratar com um primeiro-ministro, como afirmam aliados de Lula, que tem “poder imperial” – imagem usada pelo petista durante a campanha para se referir a Lira.

Por isso, a expectativa é grande no governo Lula 3 pela derrubada do orçamento secreto nos próximos dias. Lula passou a semana passada tirando a temperatura das instituições sobre o mecanismo do orçamento secreto.

Ouviu ministros de tribunais, senadores, deputados, advogados, políticos. E os petistas foram alertados de que o governo de transição deu um sinal trocado para o STF de que, durante as negociações pela PEC da Transição, estaria de acordo com o orçamento secreto.