
A Americanas publicou hoje, em seu site, a íntegra da decisão da Justiça que impede a cobrança antecipada de dívidas da companhia por conta das “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões indentifcadas nesta semana. Não houve publicação de fato relevante.
O endividamento da empresa pode atingir aproximadamente R$ 40 bilhões, conforme antecipou o colunista do Globo, Lauro Jardim.
Entenda: O que pode acontecer com a Americanas após decisão da Justiça
Os sócios: Crise na Americanas joga o foco em trio da 3G Capital
A Americanas diz que publicou apenas a decisão judicial da decisão na íntegra da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital, e não houve fato relevante, conforme O GLOBO publicou mais cedo.
De acordo com o documento, os reajustes nos lançamentos da companhia poderão impactar nos resultados finais divulgados nos respectivos exercícios anteriores, com “alteração do grau de endividamento da empresa e/ou volume de capital de giro, implicando, acarretando o vencimento antecipado e imediato de dívidas em montante aproximado de R$ 40 bilhões”.
De acordo com a Americanas, o BTG Pactual já notificou a companhia para declarar o vencimento antecipado de mais de R$ 1,2 bilhão.
O endividamento da empresa pode atingir aproximadamente R$ 40 bilhões, conforme antecipou o colunista do Globo, Lauro Jardim.
De acordo com o documento, os reajustes nos lançamentos da companhia poderão impactar nos resultados finais divulgados nos respectivos exercícios anteriores, com “alteração do grau de endividamento da empresa e/ou volume de capital de giro, implicando, acarretando o vencimento antecipado e imediato de dívidas em montante aproximado de R$ 40 bilhões”.
Entenda o que aconteceu:
Na última quarta-feira, o executivo Sergio Rial, renunciou a residência da Americanas nove dias após ter assumido o cargo e identificar um rombo de ao menos R$ 20 bilhões no balanço contábil da empresa, conforme deu em primeira mão a coluna Capital, do Globo.
O problema levará a companhia a precisar de capital, uma vez que seu patrimônio líquido de, pelo menos, os últimos dois anos precisará ser recalculado, disse Rial.
O que é o ‘forfait’: A operação que pode explicar o rombo de R$ 20 bi na Americanas
O escândalo de uma das maiores varejistas do país que gera mais de 100 mil empregos, entre diretos e indiretos, e tem 3.604 lojas físicas, tem várias camadas. Aos poucos, elas vão sendo descascadas.
Além do valor do rombo, um outro ponto intriga o mercado: diretores da companhia venderam mais de R$ 210 milhões em ações da empresa há alguns meses. Segundo economistas, a falta de clareza sobre este fato causa estranheza e suspeitas se alguns membros já estavam cientes das “inconsistências” e tiveram acesso à informações privilegiadas.
Crise na Americanas: Entregas vão atrasar? Cashback do Ame pode mudar? Como fica o BBB? O buraco em que a companhia se meteu a levou a um tombo de quase 80% nas ações nesta semana e encolheu até mesmo a fortuna do homem mais rico do Brasil e um dos sócios, Jorge Paulo Lemann. Sua fortuna de US$ 15,4 bilhões teve uma baixa de US$ 329 milhões.
A Americanas também saiu de cena do posto de um dos três principais patrocinadores do BBB23, a dois dias do início do programa. Estima que o investimento dela era de R$ 105 milhões. Recuou diante da crise e em seu lugar entrou o Mercado Livre.
Sergio Rial: ‘Eu tive uma escolha de Sofia: Eu falo ou não?’, diz ex-CEO sobre rombo de R$ 20 bi. Outro ponto que tem levantado inúmeros questionamentos é como ficará a situação dos consumidores, compradores, parceiros e funcionários. A Americanas tem enviado comunicados botando panos quentes, mas seus números vão na contramão e no mercado vê um pedido de recuperação judicial cada vez mais próximo.