Decisão é preventiva e foi adotada em razão do aumento no número de casos de pessoas com graves irritações nos olhos. Orientação para o consumidor é não usar ou comprar esses produtos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu nesta sexta-feira (10) a venda no país de todas as pomadas para trançar, modelar ou fixar cabelos.
A medida abrange todas as pomadas que estiverem no comércio brasileiro, independentemente de sua origem. Ou seja, vale tanto para as fabricadas no Brasil quanto para as importadas.
Segundo a Anvisa, a decisão é preventiva e temporária e foi adotada em razão do aumento do número de casos de “efeitos indesejáveis graves associados ao uso desse tipo de produto” e ainda em investigação.
Alerta: Entre os eventos relatados pelos usuários estão:
- Cegueira temporária (perda temporária da visão);
- Forte ardência nos olhos;
- Lacrimejamento intenso;
- Coceira;
- Vermelhidão;
- Inchaço ocular; e
- Dor de cabeça.
-
Segundo as informações passadas para a Anvisa, os eventos ocorreram, principalmente, com pessoas que tomaram banhos de mar, piscina, ou mesmo de chuva após terem feito uso dos produtos.
Antes de proibir a venda de todas as marcas, a Anvisa já tinha vetado a comercialização dos produtos de mais de 20 fabricantes, como mostrou o Bem Estar. No entanto, com o aumento dos casos de intoxicação, a agência resolveu, por precaução, estender a medida a todos os lotes de pomadas para trançar, modelar ou fixar cabelos.
Tanto a Anvisa como os órgãos de vigilância sanitária estaduais e municipais ainda investigam as causas da correlação desses produtos com os casos de intoxicação ocular.
Na semana que vem, haverá uma reunião técnica com os fabricantes para discutir a regularização dos produtos.
‘Dias sem enxergar’
Somente em Pernambuco, mais de 250 pessoas foram atendidas em PE por causa do uso dos produtos.
Em março do ano passado, o g1 noticiou o caso da manicure Josiane Reis de Souza, que ficou dias sem enxergar após ter usado uma pomada modeladora para trançar os cabelos no Rio de Janeiro.